sábado, 22 de outubro de 2011

Aprenda com nossos erros #01

Comentei em um post que depois falaria sobre a venda de filhotes em pet-shops. Repito que não condeno, mas é importante saber algumas coisas para que você seja mais feliz com seu bichinho.

Os pet-shops geralmente não são criadores. Eles revendem os filhotes dos canis. Um filhote, ao nascer, deve ser vermifugado e vacinado. A segunda dose da vacina acontece geralmente depois de 21 dias, e depois outras ainda são necessárias. Então, quanto antes o canil conseguir negociar a ninhada, melhor para os negócios. Economizará o dinheiro das vacinas que acabarão sendo responsabilidade dos futuros donos.

Esse tipo de prática faz com que o filhote com menos de 2 meses já esteja nas vitrines das lojas. O ideal é permanecer por 75 dias com a mãe, pelo menos. A retirada muito cedo da ninhada faz com que ele deixe de aprender lições importantes, que só a mãe e os irmãozinhos teriam ensinado.

Fiel com 2 meses e 15 dias, muito novinho.
Há poucas semanas o canal National Geographic passou um documentário sobre os porcos. O tema principal era o quanto são parecido com os humanos. São um dos animais mais usados para testes de medicamentos e procedimentos cirúrgicos antes da prática acontecer nos humanos, devido às semelhanças biológicas.

Exibiram um teste com porquinhos desmamados mais cedo. Se tornaram briguentos, inseguros, barulhentos e com dificuldade de aprender - e isso é muito sério! Nos humanos é assim, não?! E nos cães também. Os porquinhos que mamaram o tempo necessário e saíram da ninhada no momento correto se tornaram porquinhos espertos, que aprendiam com facilidade, superavam os exercícios de labirinto com habilidade e eram muito destemidos!

Então, se você for comprar um filhote, dê preferência por procurar um criador. Conheça a ninhada, escolha o seu filhote mas peça para que ele permaneça com a mãe até o 75º dia. Apenas depois disso, você o leva para casa. Desta forma você terá um cachorro emocionalmente mais equilibrado - e feliz!

Ninhada de ACD
Como desconhecíamos essas orientações, temos enfrentado dificuldades com o Fiel. Nosso adestrador tem feito um trabalho incrível, mas se o Fiel tivesse ficado com a mamãe por mais um mês (pelo menos), estaria sendo muito mais fácil lidar com ele.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Fiel não gosta de pet-shop e ponto.

Fiel limpinho, no colo do papai.
Tá ficando cada vez mais difícil segurá-lo assim!
Nossa família quase se afogou na chuvarada após o feriado de 12/Outubro. Foram quatro dias de intensa chuva - e sem poder passear com o Fiel. Meu quintal virou uma imensa poça de lama. As paredes? Agora são tela para as artes do Fiel. Está tudo lambecado.

Tínhamos todos os motivos para enlouquecer. Junte lama, chuva, pilhas de roupas sujas de barro e adicione um cachorro doido para poder sair - mas impedido pela chuva. É uma combinação pesada - difícil suportar. Respiramos fundo e sobrevivemos ao caos.

Quanto a casa, já estamos tomando providências para evitar toda essa lama. Quanto ao Fiel, precisava de um banho - urgente! Ele estava encardido. Sujo mesmo. E acho que até um pouco incomodado com isso.

Procurando facilitar, levei a um pet-shop aqui do bairro. "Moça, esse é o Fiel. Ele só tem 5 meses. É um amor. É a primeira vez que trago em um pet-shop, sempre damos o banho em casa. Você quer que eu acompanhe o banho?" - reconheço que estava meio aflita.

Aí a moça falou que era melhor eu ir embora porque os cachorros ficam ainda mais agitados com a presença dos donos. Insisti pelo menos para que ela anotasse meu celular. E não deu outra: 20 minutos depois estava me ligando: "moça, você pode voltar aqui? Seu cachorro está dando trabalho".

E deu mesmo!

Durante o banho até que se comportou - ele adora água! Mas quando ligaram o secador, enlouqueceu! A moça disse que ele mordeu a mão dela! Quando cheguei, ela estava tentando colocar a fucinheira nele.

Ai, que dó! Não gostei nada de ver meu filhote com focinheira. Imagina, uma amorzinho desse com focinheira? Levei para casa molhado mesmo.

E a partir de hoje, ficaremos longe dos pet-shops. Banho no Fiel só de mangueira, com a mamãe o papai!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Fiel não é mais um bebê

Fiel aprendendo a fazer xixi levantando a patinha
Ah, nosso filhote está crescendo mesmo!
Está aprendendo a fazer xixi como cachorro grande, levantando a patinha.

Este comportamento é uma das formas de identificar a idade de um cão. Se ele ainda faz xixi quase sentadinho, ainda é novinho, filhote.

De acordo com alguns sites e especialistas, a teoria que 1 ano de vida equivale a 7 de um humano não é verdade. A analogia não é linear.

O Fiel, que está com 5 meses, é comparado a uma criança de 5 anos. Quando tiver 1 ano, será como se fosse um adolescente de 15. E faz muito sentido. :)

Ele não está muito limpo nessa foto. Com as últimas chuvas, sua cor predominante é marrom - marrom de barro.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Como um cachorro pode mudar sua rotina #01

Eu e o Marcos adoramos um sofá. Sempre fomos muito sossegados (eu principalmente!). Sabíamos da importância de se fazer uma caminhada. Tentamos por várias vezes nesses 6 anos de casamento começar uma rotina de atividades físicas. Mas bastava uma chuva ou o tempo esfriar que voltávamos para o sofá.

O Marcos ganhou muito peso nos últimos anos. Hoje, com 25kg a menos, precisava encontrar uma atividade e praticá-la diariamente. Não era mais por estética. É por ordens médicas.

E o Fiel chegou para mudar essa rotina.

Ele tem tanta energia (entendam TANTA MESMO!) que precisamos drená-la. Isso é natural dos cães de trabalho - pastores, caçadores. Se ele não se exercita se torna frustrado, com energia acumulada - o que pode causar comportamento destrutivo, latir muito e até torná-lo agressivo.

E já que é para se exercitar, vamos que vamos! \o/

Nossa rotina inclui caminhadas às 06h00 (sim! seis-horas-da-manhã) e outra às 18h30. A primeira com o Marcos e a segunda comigo. É nestas horas que o alimentamos também - lição aprendida com nosso adestrador Marquinhos. O Fiel só come depois que se esforçar para isso.

Aos domingos, o programa é acordar cedo - cedo mesmo, no máximo 08h00 - e levá-lo para correr no parque ecológico ou em um campão próximo de casa. Vale também pastorear uns boizinhos do pasto ou nadar no lago (detalhes dessas aventuras fica para outro post).

Bom, já deu para perceber que a mudança foi radical. Ah, incluí na rotina também a limpeza do quintal diariamente - coletar os montinhos caprichados que ele faz - e os banhos toda a semana.

Cansada? Imagina! Não vejo a hora de chegar do trabalho para sair com ele.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

E ele está crescendo!

Como o tempo passa rápido! E só olhando as fotos para ver como ele tem mudado!

Primeiro pelo tamanho - veio para casa com cerca de 3kg e já deve estar próximo dos 10kg! A pelagem também mudou. Era tão pretinha e agora o branco predomina, como é o padrão dos Blue Heeler.



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os sinais...


Na noite da sexta-feira, após termos ido ao Pet-Shop e visto o Fiel pela primeira vez, ficamos muito ansiosos - mas pensativos e inseguros. Será que estávamos fazendo a escolha certa? Será que deveríamos pesquisar mais? Será que o preço do filhote era justo? E a raça, será que era adequada para nós?

Como em tudo na minha vida, pedi orientação ao Senhor. Se fosse para este filhote ser uma bênção em nossas vidas, sentiríamos Paz e saberíamos que era a decisão certa.

E alguns sinais - pequenas situações - também ajudaram a perceber que estávamos tomando a decisão certa...

Exemplar adulto de ACD no
pesqueiro Tio Oscar
Começou pelo episódio do "O Encantador de Cães" daquela noite. Sempre assistíamos. Para nossa surpresa, naquela edição apresentaram cães pastores australianos. Foi uma coincidência deliciosa.

E no domingo, já com o Fiel em casa, o Marcos foi pescar com os amigos. Lá no pesqueiro encontrou e fotografou um Australian Cattle Dog (ACD) adulto. Ual! Mais uma coincidência gostosa...

Estas duas situações podem parecer pequenas ou irrelevantes. Mas quando aconteceram, soubemos que o Fiel estava vindo para marcar nossas vidas de uma forma diferente.



domingo, 9 de outubro de 2011

Um Show de Cachorro

No dia 02 de outubro nosso amigo Rodrigo estava fazendo aniversário, fomos comemorar com ele num churrasco muito gostoso. Ainda não podemos levar o Fiel pra esse tipo de evento, ele não deixaria ninguém em paz.

Dia 02 de outubro foi um domingo, e foi um domingo de TV com uma chuva daquelas a tarde. Quando fui ver o Fiel no quintal quis chorar, ele conseguiu rasgar um saco que estava cheio de terra pra jardim, juntou a terra com à água da chuva e pronto, lá estava ele marrom de barro. E por algum motivo, ainda não conhecido, o Fiel latiu muito no fim desse dia e início da noite.

Dia 02 de outubro também foi o ultimo dia do Rock In Rio, e o encerramento seria com o que sobrou dos Guns N´ Roses. Eu curti muito essa banda na minha adolescência e diferente do Rock In Rio de 2001, quando o Guns também tocou, eu queria muito assistir o show. E fui lutando até altas horas contra o sono e os latidos do Fiel. Por volta das 03:00h já da segunda, finalmente o show do Guns começou, mas o show do Fiel ainda estava por vir.

Depois de latir muito o Fiel conseguiu acordar a Natália que estava tentando dormir a horas, então ela me pediu pra que eu tentasse alguma coisa pra fazer ele parar de latir. Quando eu já estava no quintal a Natália me pediu pra abrir o portão que temos no fundo de casa. Segundos depois que eu abri o portão percebi que tinha esquecido a porta da cozinha aberta. Pronto, quando o Fiel percebeu a porta aberta, começou seu Show, entrou correndo pela casa deixando suas patas cravadas pelo piso da casa toda, e pra piorar ele correu em direção ao nosso quarto e pulou com as patas cheias de barro em cima da nossa bela cama. Foi um show e tanto.


Fiel? Isso é nome de cachorro?

Fiel logo que chegou em casa
Oh coisa difícil escolher nome. Imagino quando forem os dos meus filhos. Devido a nossa indecisão, nosso filhote ficou sem nome quase o final de semana inteiro. Não conseguíamos decidír.

O Marcos sempre sonhou em ter um cachorro chamado Timão (não vou comentar a origem dessa preferência). Mas o Timão, nos sonhos dele, seria um São Bernardo - sonho que ele ainda não abriu mão de realizar. Quem sabe quando ele se tornar Presidente da Stolle Machinery e formos morar em uma chácara? :P

Descartada a chance de ser Timão, pensamos em várias outras. Todas as que eu sugeri eram vetadas. Eu sempre pensei em colocar nome de gente. O Marcos abominava a idéia.

"Que tal Fiel?"

Não tínhamos dúvida. Esse seria o nome dele.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Arrumando a casa para o Fiel

Fiel dominando a casa
Ele chegou e já o amávamos completamente.

O atendente do pet-shop disse que deveríamos deixá-lo dormindo dentro de casa na primeira semana. Nada de entrar nos quartos! Restringimos o acesso dele à sala, cozinha, lavanderia e quintal. Precisei tirar o tapete - que é bem clarinho. Elevamos todos os produtos de limpeza e coisas que ele pudesse morder. Sacolinha de supermercado? Escondi todas. Como é que pode gostar tanto de morder sacolas?

E foi assim que ele começou a mudar nossas vidas. Começou pela estrutura da nossa casa.

Sobre a sujeira? Sim, fez muita. Como ele estava dormindo dentro de casa, colocamos aquele tapetinho higiênico para as fezes. Acertou o alvo algumas vezes.

Reconheço que estressei um dia por causa da sujeira. Talvez meu primeiro momento de dilema. Mas foi coisa passageira. A presença do Fiel na nossa casa estava nos alegrando tanto que a mania por limpeza ficou em segundo plano.

Fiel dormindo no sofá.
Primeira vez e última!
Nosso filhote só ia para o quintal sob nossa vigilância. O portão de casa possui espaços largos entre as grades. Ele passaria fácil. No final de semana seguinte providenciamos uma tela para o portão e compramos uma casinha para ele de material reciclado. Pronto! Enfim ele passaria a morar no quintal, definitivamente.

Aí foi hora de fazer uma faxina daquelas! Fiel não entrava mais em casa. Que bom sentir a casa limpa novamente.

O começo de tudo...

Era julho de 2011. Eu e o Marcos estávamos completando 5 anos e 8 meses de casados. Já ouvi muita gente falando que os casais que permanecem muito tempo sem filhos uma hora ou outra enfrentam uma fase estranha. Dizem que sentem-se sozinhos. É, acho que estávamos nessa fase. Os conselheiros de plantão eram unânimes: "já está na hora de arranjarem um bebê". Não gente, ainda não dá. Aguardaremos um pouco mais.

Aí surgiu um desejo de termos um cachorro. "O quê? Um cachorro? Mas Natália, você sempre gostou de gatos!" Verdade. Nunca fui uma amante de cães. Mas a vontade de ter um cachorro foi enlouquecedora. Inexplicável. Começamos a assistir programas de cães, procurar no Google sobre algumas raças. Até que chegou o dia!

"Marcos, vamos até Itú no pet-shop do Plaza dar uma olhada nos filhotes?" Eu estava muito ansiosa - e olha que esta não é uma característica da minha personalidade. "Natália, já é tarde, vamos amanhã!"

20 minutos e estávamos dentro do pet-shop. Foi amor a primeira vista.

Abrindo um parênteses: (Depois escrevo sobre minha opinião sobre pet-shops. Aprendi muito nesses últimos meses e não recomendo que as pessoas repitam o que fizemos. Não condeno a venda de filhotes nos pet-shops, mas é importante saber algumas coisas antes. Mas isso fica para outro post.)

Fiel ainda dentro da gaiola no Pet-Shop
Ele estava lá. Quietinho dentro da gaiolinha, na vitrine. Exposto a sei lá quantos dias. Lembro que tinham outros filhotes na loja. Lembro de um Schnauzer barulhento e de gatinhos persas. Nem olhei para eles. Só queria saber de um. A vendedora abriu a gaiola e pegou aquele Australian Cattle Dog de 2 meses.  "Ele quer ir embora". Maldita hora que falou aquilo. Nunca vou me esquecer do que senti. A partir dali, já sabia que aquele cachorro precisava ir embora conosco.

Mas a razão prevaleceu e fomos embora. Conhecia bulhufas sobre a raça. Joguei no Google. Vi umas fotos e fizemos umas contas (a brincadeira não era barata). Quase não dormi de ansiedade. Na manhã seguinte visitamos locais para doação, na busca por outras opções. Não encontramos nada. De tarde voltamos para Itú.

E foi assim que na tarde do dia 23 de Julho de 2011 nossa família cresceu. Agora éramos eu, o Marcos e nosso filhote.

O melhor cachorro do mundo!

Sim, o meu cachorro é o melhor do mundo. Pronto falei. Mas o seu também é. :)

Resisti um pouco a criar esse Blog. "Que coisa mais sem graça, um Blog inteiro só sobre o seu cachorro?" - tem gente que vai pensar. Enquanto há blogueiros [e admiro todos] escrevendo sobre a Paz Mundial, ou sobre pesquisas da Cura do Câncer, minha colaboração para a humanidade será mais modesta: falarei dos meus dilemas, dores e amores com o meu cachorro.

E mesmo que o único leitor seja o meu marido, fico satisfeita. Não criei o Blog para ter muitos seguidores. Criei porque eu precisava - repito - precisava mesmo! falar sobre o meu cachorro: o que ele anda aprontando, sobre o último truque que aprendeu, sobre como é maravilhoso o mundo das técnicas de adestramento...

Você já deve ter tido um amigo que mergulhou de cabeça em algum assunto num determinado momento da vida e não fala de outra coisa. Começou a malhar e está achando incrível ter aumentado o peso na máquina. Outro amigo que o bebê nasceu e o assunto é fralda e noites sem dormir. E por aí vai. 

Descobri que me tornei uma destas companhias chatas. Não tenho outro assunto para conversar. O Fiel - ainda não falei o nome dele, mas vamos falar bastante - então, o Fiel é o assunto. E estes posts serão a forma de eu contar para todo o mundo como ele está transformando [e enlouquecendo] nossas vidas.